quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sinfonia da Mente nº. 13




Parece que faz pouco tempo, mas, quando paro para pensar lembro que não, pelo contrário, eu já deveria ter esquecido. Lembro-me de um verão de ano não muito preciso, estava “na moda” usar palavras difíceis, versos complicados, típicas coisas que só se escreve com um dicionário ao lado, como músico, tive que me adaptar, mas, para mim, um letrista clássico quase parnasiano, virar adepto de um movimento beat não seria fácil.
Foi nesse ano que fui apresentado a um grande amigo, se apresentou como James e não falava coisas com muito sentido. Leitor assíduo de Rimbaud me ajudou com algumas letras, desconhecia o certo e o errado, inventava palavras, escrevemos sobre a morte, sobre a vida, sobre sexo e drogas, me sentia novamente com algum potencial, como se tivesse algo a oferecer para o mundo e finalmente tivesse descoberto o que.
Depois disso nunca mais consegui escrever sozinho, mas não ligava, essa parceria me deixara forte, onipotente, nada nem ninguém podiam me parar. Mas depois de um certo tempo, como toda parceria, começou a perder a força, o animo, e me peguei sozinho, com um copo de Jack Daniels pensando sobre minhas melodias e nas notas que se repetiam firmemente em minha cabeça Lá, Sol, Dó, Lá, Sol, Dó, Lá, Sol...

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